STIEMNFOPA e MRN realizaram a primeira reunião de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2021 na manhã desta sexta-feira, 25 de junho. Ficou definido na reunião que serão repassados progressivamente todos os itens da "Pauta de Reivindicações", abordando inicialmente as cláusulas sociais e ficando a parte econômica para as reuniões finais, quando a resposta global da empresa será apresentada aos trabalhadores para deliberação.
Na parte inicial da reunião, a empresa procurou demonstrar uma conjuntura catastrófica. Apresentou alguns números muito ruins, mas outros muito positivos.
Começou apresentando a queda brutal no lucro líquido da empresa de R$ 143,9 milhões, em 2019, para R$ 9,2 milhões, em 2020, e uma expectativa de R$ 32,9 milhões "negativos" em 2021. A queda coincide com o período de pandemia e é justificado pela empresa com gastos de mais de R$ 60 milhões no enfrentamento à Covid-19, tanto na empresa quanto na região. Alega também que os investimentos tiveram que ser muito ampliados, evoluindo de R$ 753,5 milhões (2019) para R$ 934,8 (2020) e estimados R$ 951,8 milhões para 2021. Os gastos com segurança e proteção tiveram que ser forçosamente ampliados, após as tragédias de Mariana e Brumadinho, mesmo que não tivesse na empresa a mesma estrutura grandiosa das barragens envolvidas nos traumas dos rompimentos.
Os números da empresa passaram por "sintomas" de instabilidade pela variação do dólar e um cenário pintado muito pior para 2022, diante da expectativa de liberação ambiental para abertura de novas lavras.
Para nós, a realidade é bem definida. O volume de produçã0> de 12,2 milhões de toneladas em 2019, girou em 12,9 Mt, em 2020, e deve ficar em 12,7Mt, em 2021. Ou seja, os trabalhadores continuaram trabalhando no mesmo ritmo, mesmo com a Covid-19 e sacrifício, com os companheiros ficando até quatro meses sem irem às suas residências.
Mesmo com o discurso de "apertar os cintos", a empresa afirma que todas as reivindicações da pauta dos trabalhadores serão abordadas. Na reunião, foram abordadas os pontos Gratificação de férias, auxílio funeral, política de cargos e salários, estrutura de alojamentos, previdência para aposentados, cartão alimentação para afastados por doença ou acidente de trabalho, direito à moradia, conservação de estradas, estabilidade a membros de comissão de PR. Em todos os pontos, a empresa não muda seu posicionamento do que é praticado hoje, mas o sindicato insistiu que vários destes pontos devem ser melhor discutidos nos próximos encontros.
A reunião de negociação prossegue na próxima quarta-feira, às 9 horas, e devemos ter outras reivindicações sendo abordadas.
